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Quais são os efeitos colaterais do ‘melhor remédio contra insônia do mundo’ aprovado pela Anvisa

Dayvigo é um medicamento inovador para o tratamento da insônia, indicado para adultos que sofrem com dificuldades para adormecer ou manter o sono

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou recentemente o registro do Dayvigo (lemborexante), um novo medicamento desenvolvido para tratar a insônia.

Apesar de sua aprovação, o produto ainda não tem preço definido ou data específica de comercialização no Brasil.

A farmacêutica japonesa Eisai, responsável pelo medicamento Dayvigo, aguarda a definição de preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão que regula os valores de medicamentos no Brasil.

O que é o Dayvigo?
O Dayvigo é um medicamento inovador para o tratamento da insônia, indicado para adultos com dificuldades em adormecer ou manter o sono.
Diferente dos medicamentos tradicionais, como benzodiazepínicos e drogas Z (ex.: zolpidem), o Dayvigo tem um mecanismo distinto. Sua substância ativa, o lemborexante, bloqueia os receptores de orexina, responsáveis pela manutenção da vigília. Assim, em vez de “desligar” a atividade cerebral, como fazem outros hipnóticos, ele age apenas nos mecanismos que impedem o sono, permitindo uma transição mais natural.

Esse funcionamento reduz o risco de dependência, algo comum em tratamentos convencionais.

Como funciona?
O lemborexante é o primeiro medicamento aprovado no Brasil da classe dos antagonistas duplos dos receptores de orexina (DORA). Enquanto os benzodiazepínicos reduzem a atividade do sistema nervoso central para induzir o sono, o lemborexante bloqueia a ação da orexina, neurotransmissor essencial para manter o estado de alerta. Dessa forma, o cérebro consegue entrar no sono de maneira mais natural.

A principal inovação é que, ao contrário dos sedativos que agem no sistema GABA (associado à dependência), o lemborexante não atua nesse mecanismo. Isso resulta em um potencial muito menor de causar dependência ou abstinência em comparação com os tratamentos convencionais.

Além disso, o medicamento apresenta um perfil de segurança mais favorável, com menos riscos de efeitos adversos graves e melhor tolerabilidade. Ele evita problemas comuns de outros medicamentos, como amnésia e déficits cognitivos.

Eficácia comprovada
Estudos clínicos mostraram que o lemborexante ajuda os pacientes a adormecer mais rápido e melhora a manutenção do sono. Em testes de fases 1, 2 e 3, demonstrou eficácia superior ao placebo já nas primeiras doses.

Em um estudo publicado na revista The Lancet, que avaliou 36 medicamentos, os efeitos positivos se mantiveram por seis meses. Pesquisadores da Universidade de Oxford destacaram o lemborexante como o medicamento com melhor perfil de eficácia, aceitação e tolerabilidade entre os analisados, além de apresentar menor risco de efeitos colaterais graves — característica importante para tratamentos de longo prazo.

Nova alternativa para insônia
A insônia é um distúrbio que afeta profundamente a qualidade de vida, comprometendo saúde mental e produtividade. Dados do Instituto do Sono apontam que cerca de 18 milhões de brasileiros utilizam medicamentos para tratar insônia. Em 2024, mais de 16 milhões de caixas de zolpidem foram vendidas no país, três vezes mais do que há dez anos.

Apesar da eficácia, os tratamentos devem ser usados de forma controlada, com acompanhamento médico e por períodos curtos, para reduzir riscos de dependência e efeitos adversos graves.

Efeitos colaterais
Nos estudos, o lemborexante foi bem tolerado, mas ainda assim pode causar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem sonolência e fadiga. Também foram relatados episódios de paralisia do sono e alucinações, especialmente ao adormecer ou acordar. Por isso, recomenda-se o uso apenas quando for possível garantir pelo menos 7 horas de sono.

Pacientes com insuficiência hepática moderada devem limitar a dose a 5 mg, e o uso não é indicado para quem possui insuficiência hepática grave. Além disso, o medicamento não deve ser combinado com álcool ou outros fármacos que interfiram em seu metabolismo.

Pacientes que utilizam a dose máxima de 10 mg devem ser advertidos sobre o potencial comprometimento na capacidade de dirigir, devido ao efeito residual do medicamento.

Fonte: https://exame.com/ciencia/quais-sao-os-efeitos-colaterais-do-melhor-remedio-contra-insonia-do-mundo-aprovado-pela-anvisa/

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