Pesquisa escancara carência digital das pequenas farmácias
Na contramão do nível de maturidade dos e-commerces das redes de farmácias, os PDVs independentes seguem dormindo no ponto e têm a carência digital como companhia.
Esse cenário ficou escancarado na mais nova pesquisa do Instituto Axxus, que integra o ecossistema do Parque Científico e Tecnológico da Unicamp. O levantamento envolveu 420 proprietários de farmácias de pequeno porte nos 26 estados e no Distrito Federal.
Um dos dados mais emblemáticos envolve os programas de fidelidade, já que 99% dos entrevistados revelou não ter iniciativas do gênero em suas farmácias. Já 83% dos gestores do PDV sequer utilizam as redes sociais como canais de propaganda. “As regiões Norte e Nordeste, aliás, foram as que apresentaram a situação mais crítica, alegando restrições orçamentárias e mais dificuldades para rentabilizar as vendas”, relata Rodnei Domingues, responsável pelo estudo.
Carência digital compromete política de descontos
Em 99% das lojas, os descontos são definidos e concedidos aos clientes pelos atendentes ou por um superior. Em apenas 1% dos casos, eles são parametrizados pelo sistema, bastante diferente do que ocorre na maioria das farmácias que pertencem às redes corporativas ou associativistas.
Delivery próprio
Outro indicador relevante: 92% das farmácias independentes não utilizam qualquer plataforma de marketplace. Por outro lado, com relação às modalidades de entrega (delivery), 92% afirmaram prestar esse serviço com entregador próprio. As captações de pedidos se dão prioritariamente por telefone (96%). Um alento é que o WhatsApp foi mencionado por 91% dos entrevistados.
“O fato de o delivery não ser terceirizado acaba se tornando uma vantagem, pois a entrega tende a ser mais ágil em relação a grupos de maior porte. É isso que está dando uma sobrevida a esses PDVs”, acredita Domingues.
Sem integração com distribuidoras
A pesquisa também constatou que 86% das farmácias independentes ainda registram manualmente os produtos esgotados. Além disso, em 95% dos PDVs, o sistema não está conectado com as distribuidoras. “A falta de integração eletrônica com o atacado culmina em uma compra baseada apenas em relacionamento e persuasão do que em aspectos técnicos”, ressalta.
Quase a totalidade (99%) das lojas não utiliza sistemas de cotação para auxiliar na decisão da melhor compra. Já 97% dos gestores afirmaram que o módulo financeiro não está integrado ao ERP. “Esse é o ponto mais crítico, pois inviabiliza qualquer análise mais profunda do desempenho da loja”, critica.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico