Na guerra das fraldas, indústria nacional aposta em uma nova frente
Única grande fabricante nacional de fraldas, a mineira CCM está apostando em uma nova fronteira de consumo para dobrar de tamanho em cinco anos: adultos.
Enquanto o mercado de bebês já registra penetração de quase 100%, é disputado a tapa por gigantes globais como Kimberly-Clark (Huggies) e Procter & Gamble (Pampers) e tem muito a perder com o declínio da natalidade, o segmento de fraldas geriátricas e de soluções para incontinência urinária é um mercado aberto, argumenta Lucio Bueno, diretor financeiro.
A companhia da família Mafra — a mesma cuja distribuidora daria origem à gigante Viveo, hoje controlada pela DNA Capital, da família Bueno (fundadora de Amil e Dasa) — está investindo pelo menos R$ 100 milhões para crescer de dez para 12 o número de linhas de produção em sua fábrica em Uberaba (MG).
As duas máquinas importadas farão exclusivamente fraldas do tipo “pants”, que parecem shorts. Uma linha será voltada a crianças, e a outra, a adultos.
— A gente já fazia “pants” para bebês, segmento em que dá para crescer ainda, mas não participávamos desse filão para adultos. E é justamente o mercado que mais tem a ganhar com as mudanças etárias e de mentalidade. São adultos que têm mobilidade, mas que sofrem com incontinência. As barreiras culturais estão caindo — diz o CEO Rodrigo Zerbini (à dir. na foto, ao lado de Bueno).
No mercado de bebês, a CCM tem participação de 5% com marcas como Hipopó, além da fabricação para redes como Raia Drogasil. No de adultos, o grupo diz ser líder, com marcas como Wellness e participação de 20%.
A razão é sua origem no mercado hospitalar, há 12 anos. O grupo, que faturou R$ 650 milhões em 2023, conta com o filão para chegar a R$ 1 bilhão já em 2026.