Mais de 200 mil empresas podem estar perto de fechar as portas no país; saiba como evitar o fim do seu negócio
Dados da Neoway mostram que, entre as empresas com maior chance de encerrar as operações, a maioria são microempresas e MEIs. Veja os motivos que levam empreendimentos a fechar e como proteger o seu.
O Brasil tem 215 mil empresas com alta propensão de fechar as portas. É o que aponta uma pesquisa da Neoway, empresa de big data analytics e inteligência artificial, divulgada com exclusividade para PEGN. Do total, 78,4% são microempresas (MEs), 18,2% são microempreendedores individuais (MEIs) e 2% são empresas de pequeno porte (EPPs). O restante (1,4%) é composto por médias e grandes empresas.
A pesquisa usou a mesma base de CNPJs da Receita Federal e mapeou diferentes fatores para identificar empresas com maiores chances de encerrar as operações. É o caso, por exemplo, de marcas com sites fora do ar ou que dizem vender pela internet, mas não têm um e-commerce. “Também monitoramos se as empresas estão pagando seus impostos em dia e adquirindo ativos, como imóveis para expandir, o que prova que a operação está saudável”, afirma Francielly Feijó, diretora de negócios da Unidade de Sales da Neoway.
Um dos motivos para o destaque de pequenos negócios nessa base, segundo explica Feijó, é o próprio fato de elas serem maioria no país. No primeiro quadrimestre de 2024, o Brasil registrou um total de 21.738.420 empresas ativas, sendo 93,6% microempresas ou empresas de pequeno porte, segundo o Mapa de Empresas divulgado pelo Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP).
Mas outros fatores podem estar relacionados a esse cenário, segundo Rodolfo Olivo, professor da FIA Business School, que cita a falta de planejamento como uma razão crucial. “Muitas pessoas empreendem por necessidade, depois de perderem o emprego, com o valor da rescisão. Então investem em um negócio sem entender se é um setor promissor”, afirma.
“Mesmo em casos em que a pessoa fez uma pesquisa mínima de mercado, para entender se existe demanda, às vezes falta o conhecimento de gestão e planejamento financeiro”, diz Olivo. “Por exemplo, não sabe como fazer a precificação adequada para gerar lucro e manter a operação saudável. Então, ela pede crédito no banco, se endivida e a empresa vai à falência.”
O professor lembra que as grandes empresas já são bem estruturadas em questão de capital de giro e finanças, com capacidade de contratar pessoas capacitadas nestas áreas. “Já o pequeno empreendedor tem uma equipe reduzida, geralmente mais voltada à sua área de operação.”