Falta de remédios afeta rotina de hospitais e farmácias, em Campinas
De acordo com a rede municipal, 17 medicamentos estão em falta; lockdown da China é uma das causas para os estoques vazios
A falta de medicamentos nas redes pública e particular de Campinas vem se agravando nas últimas semanas. Nas farmácias da rede municipal, são 17 medicamentos como antibióticos, anti-inflamatórios e antipsicóticos que não são encontrados. Em alguns casos, a previsão de chegada é de quatro meses.
De acordo com o conselheiro do Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo Marcos Machado, a explicação está na falta de insumos para a produção desses remédios.
“Nós não temos insumos fabricados no Brasil e dependemos da importação. A China passa neste momento, ainda, por um período preocupante de covid-19, fizeram o lockdown em alguns meses deste ano de 2022 que afetou a produção dos IFAs (ingrediente farmacêutico ativo), e nós dependemos muito da China, praticamente 90% das nossas importações”, comenta Machado.
A falta já foi sentida no mês passado com a chegada do inverno e o aumento da demanda, mas se intensificou nos últimos dias. A realidade também atinge a rede municipal de Campinas.
De acordo com a Prefeitura, os hospitais municipais da Rede Mário Gatti (Ouro Verde e Mário Gatti) enfrentam dificuldades para adquirir alguns medicamentos, mas quando o estoque de algum remédio está baixo, ele é substituído por outro similar para não afetar os pacientes.
REDE PARTICULAR
Já na rede particular, o Hospital Madre Theodora disse que enfrenta a falta de dipirona endovenosa, já que, segundo os fabricantes, faltam insumos para a produção. Contudo, alternativas são aplicadas para que os pacientes não fiquem sem a medicação.
O contraste usado em exames de imagem também apresenta oscilação na distribuição e, por isso, a instituição ajustou os protocolos de utilização, sem perder qualidade ou capacidade.
Os hospitais Vera Cruz e Vera Cruz Casa de Saúde afirmaram que não enfrentam problemas e que as farmácias operam normalmente. O Hospital Renascença disse que não vai responder e os hospitais PUC-Campinas, Irmãos Penteado e Samaritano não retornaram à reportagem.
ESTOQUE NAS FARMÁCIAS
Nas farmácias particulares, o problema também aparece. Segundo o farmacêutico Alan Ruiz, muitos pacientes com receitas para tratamento de sintomas respiratórios não encontram os remédios nas prateleiras.
“São os antibióticos de suspensão, usados em crianças no tratamento de algumas infecções, alguns expectorantes e xaropes, e medicamentos utilizados para o tratamento da asma e bronquite para fazer inalação”, relata.