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Centrais de negócios já conectam 16 mil farmácias

As centrais de negócios encontraram no varejo farmacêutico um segmento promissor para ganhar corpo no Brasil. Pesquisa inédita da Fundação Dom Cabral apontou que o país mantém 16 mil farmácias conectadas a 106 redes que atuam nesse modelo colaborativo.

O estudo enumerou 501 centrais de negócios que reúnem mais de 25 mil companhias de diferentes atividades econômicas. O mercado farmacêutico lidera em número de empresas engajadas nessas redes, representando 21% do contingente total, e é o segundo maior na quantidade de redes mapeadas. Grupos associativistas como Abrafad e Febrafar encabeçam a lista.

O setor supermercadista tem 133 centrais, mas mobiliza somente 4 mil empresas. Já o varejo de materiais de construção concentra 88 redes e 2,7 mil estabelecimentos, volume bem inferior ao do canal farma. Professor da Dom Cabral e responsável pelo levantamento, Douglas Wegner avalia que uma lacuna surgida no setor tornou as farmácias polos atrativos para as centrais de negócios.

“O varejo farmacêutico, por essência, cresceu sob o princípio da pulverização e atuação regional. Mas algumas dessas corporações iniciaram um movimento intenso de consolidação especialmente a partir da abertura econômica, nos anos 1990. O foco era a capilaridade, enquanto farmácias independentes ficavam pelo caminho. As centrais de negócios ganharam fôlego nessa esteira”, contextualiza.

Centrais de negócios impactam 15 estados e o DF

As centrais de negócios no varejo farmacêutico impactam 16 unidades da Federação. Os estados da Região Sudeste congregam 55% dessas redes colaborativas – com destaque em São Paulo (23), Minas Gerais (20) e Rio de Janeiro (12). Completam a relação Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia, Espírito Santo, Ceará, Goiás, Distrito Federal, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

Centrais de negócios no Sudeste

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Com 28 centrais, a Região Sul também sobressai no levantamento. “Nessa localidade, o setor se mostra mais consolidado porque houve um programa público de apoio à formação de redes. Já o Sudeste, pela questão demográfica e número de empresas, foi e continua sendo um campo fértil”, acredita.

Nordeste (16) e Centro-Oeste (4), ainda registram adesão tímida. “Isso, porém, só revela o potencial de expansão desse modelo. Inclusive, vislumbro a formação de centrais de negócios regionalizadas como uma das tendências futuras para as farmácias”, projeta.

Centrais de negócios nas demais regiões do país

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Centrais de negócios movimentam empregos e negócios

O número expressivo de centrais de negócios tem impacto direto sobre a economia. “Muitas redes são resistentes a compartilhar números, o que dificulta um cálculo preciso de resultados e geração de empregos. Entretanto, estimativas indicam para um universo composto por quase 200 mil pessoas beneficiadas direta ou indiretamente”, observa.

Outro indicativo é mensurado pela Área Central, plataforma de gestão que integra mais de 200 redes colaborativas. Somente em 2022, a empresa contabilizou cerca de 240 mil transações que resultaram numa economia conjunta de aproximadamente R$ 500 milhões, por meio de compras coletivas realizadas por redes e centrais de negócios.

A possibilidade de fazer compras conjuntas, com maior poder de barganha junto aos fornecedores, obter ganhos de escala e angariar mais receitas com marcas próprias são chamarizes naturais para as empresas, segundo Wegner.

“Mas muito além das vantagens financeiras, é fundamental que as centrais acelerem o processo de digitalização para fazer frente aos grandes players, que rapidamente incorporaram a transformação digital às suas rotinas. A união dessas redes em torno de centrais de maior porte pode representar uma saída”, finaliza.

Regulamentação desse modelo vigora na Câmara

Apesar de bem sedimentadas no mercado brasileiro, as centrais de negócios ainda não têm uma regulamentação formal. Mas uma força-tarefa liderada por movimentos como a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (UNECS) vem trabalhando para acelerar a aprovação do Projeto de Lei Complementar 57-2021.

De autoria da parlamentar Joice Hasselmann, o texto tramita na Câmara dos Deputados e aguarda parecer da Comissão de Finanças e Tributação.

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