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Algumas pessoas são mais sensíveis aos efeitos dos medicamentos?

A reposta é sim. A diferença está na maneira como o corpo metaboliza as medicações, o que pode torná-las mais tóxicas

A ideia de tomar um remédio vem sempre da demanda de tratarmos algum problema de saúde que está afetando nossa qualidade de vida. No entanto, existem pessoas que podem sentir alguns sintomas (como dores de cabeça, náuseas, sonolência e tontura, por exemplo) que podem estar associados aos tratamentos medicamentosos. Eles são os chamados efeitos colaterais e estão descritos na bula.

Entretanto, alguns indivíduos sempre sofrem com esta situação. Seriam alguns deles mais sensíveis aos medicamentos em geral?

A resposta é sim: existem pessoas que são mais sensíveis aos medicamentos –  aglumas têm alergia a remédios específicos enquanto outras podem apresentar reações incomuns. Com isso, as diferenças na forma como os corpos metabolizam os remédios podem torná-los propensos a efeitos colaterais.

Algumas pessoas fazem o metabolismo de maneira muito lenta ou muito rápida, e isso pode causar altos níveis de medicamentos ou metabólitos (produto do metabolismo) acumulados no sangue.

Os médicos passaram a identificar as diferenças individuais no metabolismo dos remédios na década de 1950. Já na década de 1970, pesquisadores de Londres descobriram que o metabolismo lento das drogas pode ser uma característica genética herdada.

Em 1980, eles mostraram que aproximadamente 9% da população britânica eram metabolizadores lentos. Desde então, extensas variações no metabolismo de remédios foram documentadas em muitas populações e etnias.

Essas mudanças nem sempre são fáceis de se notar. Este é frequentemente o caso de medicamentos que têm uma alta margem de segurança, por exemplo — ou uma grande diferença entre a dose efetiva usual e a dose que causa efeitos colaterais graves.

Variações no metabolismo, no entanto, podem ser particularmente importantes com medicamentos que têm uma margem de segurança estreita. Os exemplos incluem sangramento excessivo com a ingestão de varfarina, um anticoagulante; aumento da sensibilidade ao medicamento betabloqueador propranolol, que reduz a pressão arterial; e o medicamento antiplaquetário clopidogrel, que é comumente administrado para prevenir coágulos sanguíneos antes e após a angioplastia. Com o analgésico codeína, uma rara variação genética levou uma pessoa à depressão respiratória e à morte.

Uma grande variedade de medicamentos é suscetível a variações no metabolismo que podem tornar as pessoas propensas a efeitos colaterais. A lista inclui antidepressivos, anticoagulantes, antibióticos e muito mais. Para muitos medicamentos, um teste terapêutico começando com uma dose baixa pode ajudar a determinar se você é mais sensível aos efeitos ou não.

Testes genéticos

Os avanços nos estudos da genética molecular estão expandindo de forma cada vez mais rápida a capacidade dos médicos de preverem a sensibilidade aos tratamentos com remédios. Mesmo assim, os especialistas consideram testes iniciais de variações no metabolismo apenas para um pequeno número de medicamentos.

Além de atestar a sensibilidade a medicamentos, os testes genéticos conseguem também analisar os remédios que têm um melhor desempenho para tratar determinada doença considerado os genes que o paciente possui. Isso torna o tratamento mais eficaz e com menos efeitos colaterais.

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