
Clientes correm para farmácias para tentar comprar medicamentos ainda sem reajuste
Aumento de 5,06% já está valendo, mas grande parte dos estabelecimentos só deve atualizar valores nesta terça-feira.
O reajuste de até 5,06% no preço dos medicamentos passou a valer nesta segunda-feira (31) e clientes correram para as farmácias para comprar os medicamentos ainda sem o aumento. Além da alta da procura, os balconistas disseram que tem gente aproveitando para comprar no atacado e fazer estoque.
A resolução que estabelece o teto para os valores a serem aplicados ao longo do ano foi publicada nesta segunda-feira. Porém, a maioria das farmácias só deve começar a aplicar o reajuste a partir desta terça (1º), quando as listas forem publicadas no sistema da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos.
Para fugir do reajuste, a dona de casa Beatriz Sampaio comprou remédios para os próximos seis meses:
“Como eu tomo remédio contínuo, não pode parar, aí resolvi comprar um pouco a mais para economizar. Impacta muito, porque eu dependo do meu marido – eu não tenho renda, sabe? E ele também tem as comodidades dele. Eu tomo mais medicações que ele. Então, o orçamento fica muito difícil, porque são caras as medicações”, afirma.
Já o aposentado Pedro Costa foi pego despreparado pela notícia. Ele afirmou que toma oito remédios diferentes por dia, o que compromete boa parte do orçamento:
“O aposentado ganha um salário mínimo, então é tipo uns 30% do orçamento doméstico na questão só de medicamento. O tipo da diabetes que eu tomo, ele não pega pela farmácia popular. Ele é R$ 180. E eu tomo um por dia, não é fácil não”, relata.
As farmácias podem passar o reajuste de uma única vez ou de forma fracionada. O teto de 5,06% afeta anti flamatórios, por exemplo. Mas, há outras faixas: houve reajuste de 3,83% no caso de produtos para tratamento voltado ao sistema nervoso central; e 2,60% para os produtos de baixa concorrência como, por exemplo, usados para diabetes.
De acordo com a Anvisa, a medida visa proteger os consumidores de aumentos abusivos e, ao mesmo tempo, compensar eventuais perdas do setor farmacêutico.