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Zolpidem: entenda como medicamento age no organismo e o que fez a Anvisa mudar regras de prescrição

Com mais dificuldade para dormir, consequência de uma vida corrida e estressante, mais brasileiros passaram a buscar consultórios médicos em busca de uma solução rápida para o problema. Cenário que impulsionou um medicamento com efeitos perigosos — o zolpidem.

“As pessoas querem dormir rápido, acordar naquele momento e controlar esse tempo de sono. Dormir rápido virou uma demanda importante na nossa sociedade”, avalia Dalva Poyares, neurologista especialista em sono, pesquisadora do Instituto do Sono e professora da Unifesp, em entrevista ao podcast O Assunto desta segunda-feira (20).

O que, nem sempre, deveria ser solucionado com um medicamento.

“Aquela espera para dormir pode ser normal. Demorar um pouco para dormir, acordar no meio da noite e voltar a dormir é normal no adulto. E todos os medicamentos que agem muito rápido tendem a ser mais viciantes.”

A preocupante difusão do zolpidem nos últimos anos somada aos relatos de pessoas que se viciaram no medicamento fizeram a Anvisa apertar o certo com a prescrição. A partir de agosto, para comprar o zolpidem será preciso ter uma receita azul.

“Para que o médico obtenha [este receituário], ele tem que ter, vamos dizer assim, um certo processo. Geralmente, são médicos que trabalham com medicamentos que envolvem o sistema nervoso central, que que utilizam este receituário.”

“Existe um tipo de receptor no cérebro que se chama receptor GABAA. Nesse receptor, tem uma subunidade lá dentro onde o zolpidem se liga quando ele chega no cérebro. Essa subunidade chama Alfa 1, ela está relacionada com o efeito hipnótico e ele é muito potente para se ligar nesse receptor que tem esse Alfa 1.”

“Esse tipo de GABAA que tem Alfa 1 é muito prevalente no cérebro. Ele é muito frequente, nós temos muitos desses receptores no nosso cérebro. Então, com 30% de ligação desses receptores, você já tem um efeito hipnótico. Se passar um pouquinho desses 30%, o que você tem o efeito amnéstico, aquele efeito de que as pessoas fazem coisas, combinam coisas, agem e não se lembram no dia seguinte, o que é extremamente perigoso.”

Fonte: https://g1.globo.com/podcast/o-assunto/noticia/2024/05/20/zolpidem-entenda-como-medicamento-age-no-organismo-e-o-que-fez-a-anvisa-mudar-regras-de-prescricao.ghtml

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