A cada 100 novas farmácias no Brasil, 43 fecham portas
A cada 100 novas farmácias no Brasil, 43 fecham as portas antes de completar dois anos. O dado revela que, apesar do ritmo crescente de abertura de lojas, o varejo farmacêutico ainda demonstra dificuldades para dar sustentação ao negócio. E as pequenas redes e os PDVs independentes são os que mais sofrem.
Segundo indicadores da IQVIA, 17.322 novas farmácias iniciaram operações no país nos últimos 24 meses até julho deste ano. Em paralelo, 7.469 estabelecimentos foram descontinuados. Atualmente, o varejo farmacêutico conta com 74.524 lojas maduras, que permanecem em atuação após dois anos.
“A pandemia reforçou o protagonismo do setor farmacêutico e estimulou a ampliação do volume de lojas físicas, mas temos hoje uma saturação. Com grandes redes se consolidando frente a PDVs de pequeno e médio porte, o espaço para inovação fica mais restrito”, comenta Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Ibevar.
O especialista salienta que os índices macroeconômicos também comprometem a sobrevida dos negócios, a julgar que a renda média dos brasileiros ainda não retornou aos patamares da pré-pandemia e torna mais conservadora a cesta de consumo.
Farmácias no Brasil: 95% dos fechamentos envolvem PMEs
A lista de farmácias no Brasil que encerram atividades em dois anos é, majoritariamente, formada por pequenas e médias redes e pelo varejo independente. Os dois segmentos concentram 95% das operações encerradas.
Do total de lojas fechadas no período, 6.348 eram independentes. Já o número de redes de menor porte somou 717. Mas embora os números absolutos nesse segmento sejam baixos, eles representam 64% do contingente de novos PDVs.
Farmácias no Brasil têm redes tradicionais em queda
O fechamento de farmácias no Brasil afeta redes tradicionais. Desde fevereiro, mais de 80 lojas da Poupafarma estão fora de operação na Baixada Santista, Região Metropolitana e interior de São Paulo. Em recuperação judicial, a empresa reativou apenas um PDV até o momento e espera se desfazer de algumas unidades. A Nissei é uma das interessadas e fez uma oferta de R$ 18,9 milhões por 55 lojas.
Já a Bifarma, que esteve entre as 20 líderes de faturamento no setor, viu sua receita despencar 66% em um ano e também enfrenta um processo de recuperação judicial. De 250 lojas em 50 municípios paulistas e mineiros em 2021, hoje se resume a 30 pontos de venda. O movimento anual de quase R$ 500 milhões caiu para R$ 165 mi.