10 indústrias movimentam R$ 45,7 bi com vendas em farmácias
Dez indústrias farmacêuticas, de um total de 490 laboratórios atuantes no Brasil, movimentaram o equivalente a 27% das vendas em farmácias. O valor total nos últimos 12 meses até setembro foi de R$ 45,7 bilhões.
O Grupo NC, detentor da EMS, sustenta a liderança, com cerca de R$ 8 bilhões. Mas no retrovisor, vê cada vez mais próximas as outras quatro integrantes do top 5. Enquanto a primeira colocada avançou 15,4% na comparação com os 12 meses anteriores, Hypera Pharma, Eurofarma e Aché registraram maiores índices de crescimento – 17,7%, 19,1% e 18,2%, respectivamente.
As cinco farmacêuticas com mais vendas em farmácias ampliaram a distância sobre a Sanofi.
As indústrias top 10 nas vendas em farmácias (em R$ bilhões)
Domínio das brasileiras nas vendas em farmácias
Considerando as dez líderes, de cada R$ 10 de vendas em farmácias, R$ 6,90 são resultantes do desempenho dos laboratórios brasileiros. Para especialistas, parte da explicação para esse domínio está nas intensas trocas de portfólio promovidas entre as farmacêuticas nacionais no ano passado. Só as cinco principais transações movimentaram em torno de R$ 2,4 bilhões.
A Eurofarma deu o pontapé inicial ao adquirir 12 MIPs da Hypera Pharma, que que por sua vez efetivou a compra de 12 marcas da Sanofi, entre as quais AAS e Cepacol. A União Química incorporou nove hormônios femininos da Bayer, enquanto a EMS comprou a família Caladryl, da Cellera Farma
Esse maior fôlego para novos negócios também está associado a um movimento das multinacionais, que vêm se desfazendo de produtos maduros e abrindo um novo caminho para as brasileiras. “Os laboratórios estrangeiros estão mirando projetos de desenvolvimento de medicamentos, com foco em áreas terapêuticas com maior potencial de faturamento”, comenta Henrique Tada, diretor executivo da Alanac.
Rentabilidade ainda preocupa
De acordo com Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma, a pandemia contribuiu para ampliar a procura por medicamentos, em especial de remédios voltados para quadros de depressão e insônia, doenças crônicas e vitaminas. Os genéricos também ganharam espaço em função das incertezas na renda dos consumidores. Porém, se a receita vai bem, a rentabilidade preocupa.
“Mesmo com o reajuste dos preços de medicamentos, as empresas não conseguiram repassar em sua totalidade”, afirma. As maiores barreiras para disponibilidade de matéria-prima em nível global fizeram disparar o preço dos fretes. “Para se ter uma ideia, a rota para trazer insumos da Ásia custava US$ 1 por quilo antes da pandemia, mas passou a ser US$ 15 no pico da crise. E isso foi absorvido pelas farmacêuticas”, justifica.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico